Ponderado
em si mesmo, o belíssimo mosaico étnico brasileiro não apresentaria problemas
para a humanidade, não fosse a hierarquização da espécie humana que origina as
desigualdades tornando-se um impeditivo para a transformação dos sentidos
hegemônicos. Sentidos estruturados historicamente pelas relações de poder que
resultam na banalização da desgraça humana, na corrupção, na não distribuição
de renda, nas chacinas de meninos negros, no crescente número de moradores de
rua, de quilombolas sem terra, na conivência descarada dos atos ilícitos
utilizando o dinheiro público, fazendo com que a nossa capacidade de se
indignar fique embotada.
A violência e a exclusão de diversas
ordens no cenário social brasileiro possuem uma vertente exteriorizada. Nós não
nos reconhecemos como promotores delas. Afinal, o fenômeno é sempre algo que
está no outro, e a naturalização das construções sociais encontram ressonância
também na nossa indiferença frente os problemas e as de vida dos nossos pares.
E esse sentimento impede mudanças de ordem organizacional, estrutural e
comportamental que, por certo, resultariam em melhores contextos sociais e
relacionais.
Somos todas mulheres,
homens, crianças, jovens e adultos que definitivamente precisamos por erguer um
processo de socialização com fins a novas realizações numa perspectiva renovada
de existência, pelo menos enquanto coletividade. E neste sentido sempre haverá
a necessidade de que iniciativas surjam da sociedade composta por nós eternos,
cidadãos de deveres, mas também de direitos.
Um movimento que fomente a
auto-estima, o autoconhecimento e o reconhecimento como uma ação positiva em
detrimento do ócio, da violência, da invisibilidade e do anacronismo ao qual a
população negra afro-descendente está mais exposta. Um instrumento que nos
possibilite registrar em cada ato, a relevância de cada fato, observando de
quem é a fala, para quem ela se destina e principalmente a serviço de quem, ela
está.
Durante este mês os estudantes
do Ensino Médio construíram trabalhos em torno da temática na disciplina de
Sociologia, resultando numa extraordinária exposição.
VALEU
MINHA GENTE!!!!!!!!
PROFª MARGARETE